Agronegócios
Milho ou soja? Disputa de área já começou
Compartilhe:
Haverá uma disputa pela área de plantio de milho e soja nos próximos anos, à medida que um aumento na demanda global e chinesa esgotam os níveis de estoque e impulsionam um confronto de áreas entre os dois grupos agrícolas para alimentar o boom da nova demanda. A projeção é do ex-CEO da Bunge, Soren Shroder, durante uma entrevista para a conferência Global Grains Geneva.
De acordo com a consultoria TF Agroeconômica, o executivo destaca que, após oito anos estáveis de superávits globais e volatilidade limitada, o mercado agrícola global “está de volta de uma maneira poderosa”. Além disso, a tendência clara é de preços firmes diante de estoques apertados, causados por uma mudança estrutural na demanda da China.
“Milho e soja deverão entrar, por vários anos, num um cabo de guerra muito dinâmico entre a área de soja e a área de milho. Será mais de uma temporada de crescimento para voltar a um excedente”, disse Schroder durante a entrevista online. “A combinação de tudo isso nos colocou nessa situação de oferta e demanda muito tensa em milho e soja e na maioria das oleaginosas”, acrescentou.
Segundo ele, “o grande mistério dos estoques de milho chineses está finalmente sendo revelado. Todos estes estoques realmente existiram, ou não? O fato é que certamente não parece”. Schroder cita ainda que “a demanda chinesa de milho é estrutural, é real, não é apenas uma função do acordo comercial da Fase Um dos EUA, ela simplesmente coincide”.
A recuperação acentuada da economia da China e seu setor pecuário, espera-se que a China importe até 35 milhões de toneladas de milho anualmente. “Isso significa que temos que explorar outros 3-5 milhões de hectares de terra em algum lugar do mundo, além dos 4-5 milhões de ha em curso que o mundo precisa fora da China para suprir a demanda crescente”, conclui Schroder.
Agrolink